A menina estava catando os cacos do que tinha acabado de
quebrar. Segundo sua mãe, ela tinha passado correndo ali “umas vinte vezes”.
Ela não tinha contado, mas imaginou que a mãe poderia estar exagerando um
pouco.
Mas o fato inegável é que ela tinha sido alertada de não
correr perto da louça, e no entanto, ela correu.
Enquanto estava com o papel jornal estendido ao lado da
tragédia e o olhar severo da mãe acompanhando, ela pensou: “poxa, eu também
caí, me machuquei, será que ela não vê isso?”.
Uma raiva preenchia seu peito, afinal, quem pensava nela
dentro daquela situação toda?
Mas com o passar dos pedaços grandes sendo catados, passando
para os menores, até chegar no farelo, ela foi entendendo uma verdade, o
acidente tinha sido causado pela sua imprudência, estava na hora de admitir a
culpa.
Mas era difícil e doloroso, afinal ela estava com o joelho
doendo e ralado, mas o que podia fazer além de se levantar e limpar a bagunça?
- Desculpa, mãe.
- Tudo bem, filha, agora não corra mais aqui na
cozinha, tá bom?
- Pode deixar comigo.
Logo a menina saiu da cozinha e pensou no que estaria
passando na televisão. E breve esqueceu do ocorrido e do joelho dolorido. Abriu
um grande sorriso ao notar que ia passar seu desenho favorito.
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