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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Pular

Ela estava lá ao que parecia ser uma semana inteira, mas nem tinham se passado alguns minutos. E quanto mais olhava para baixo, mais dava medo. Como seria arriscar e pular?

Outras vezes já tinha tentando e no final, apesar da queda e a sensação de voar, a chegada tinha sido dolorosa. Pular de tão alto tinha suas consequências.

E ela continuava lá, parada no terceiro andar do trampolim.
Seu irmãozinho gritava, "menininha, meninha", mas no alto de seus 12 anos, não era isso mesmo que ela era? Uma menina.
Mas no que isso fazia dela menos corajosa?
E como ela estava com medo agora.

E quanto mais olhava para baixo, mais medo tinha.
A ansiedade e a lembrança de cair de mal jeito ainda eram fortes, mas e voar? 
A sensação do vento em seu rosto era melhor que qualquer dor.

"Quer sabe? Que se dane!"

E pulou.

Enquanto caía, ela só pensava no quanto amava aquilo.