Quero cantar hoje, num karaokê, alguma música bem brega da minha infância.
Quero escrever aquelas histórias fantásticas que muitas vezes penso
Quero dançar o ritmo da terra sem medo de ser ridícula
Quero andar descalça e correr no asfalto brincando de esconde-esconde
Quero dormir e descansar, não apenas deitar e passar a noite pensando
Quero fazer algo que meu cérebro desligasse e me fizesse feliz por esse momento
Quero dar as mãos com meu filho, com um amigo, apenas pra saber que existem pessoas ali
que não pensam em machucar, que sentem apenas amor
Um dia de ficção, um momento fora do mundo
Algo que colocasse um véu branco sobre a ferida aberta
Que não me deixasse ver o que vejo agora
Mas mais que isso,
Quero afastar essa dor, que me toma como o mar
que não permite que eu me levante, que não me deixa ser eu.
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